segunda-feira, 13 de agosto de 2007

PARAR

Em certas horas,
em certos dias,
em certos momentos,
sinto em mim uma sôfrega vontade de parar!...
parar por completo!...
permanecer em descanso.
Parar de caminhar,
parar os braços e fechar os olhos...
parar de correr...
de perseguir o tempo,
parar estagnada,
e permanecer no silêncio da minha calma,
e paro!...
decididamente páro!
e parando vou criando,
essa calma que há tanto tempo procuro,
onde não me afogue nos meus passos,
nem me perca em distâncias loucas...
não quero prender-me,
nas varandas desse tédio negro,
que é não pensar em nada,
senão naquilo que me possa encher as mãos,
e nada vejo por entre correrias,
feitas por confusas sombras apressadas,
que se vão espalhando nas ruas desses espaços,
por entre minutos que me empurram ingratamente,
e fazem de mim uma simples viagante!...
que nem perceber por onde passa em cada instante!...
por isso quero parar!
deixem-me parar,
deixem-me olhar o céu azul e o verde mar!
deixem-me passear e beijar as crianças,
e encontrar um novo amor sorridente,
para que adormecendo na calma dum beijo feliz,
eu possa acordar num dia bem diferente!!!...

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