quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Poema da paz inquieta

Eu costunava sentir-me em paz à beira dos rochedos, sentindo o vento soprar-me no rosto...
Achava que era paz!
Eu costumava sentir paz na solidão de alguma praia deserta, entre o marulhar das ondas e o voo das gaivotas...
Achava que era paz!
Eu costumava sentir paz no verde das colinas e no topo das montanhas, enquanto namorava o horizonte...
Achava que era paz!
Rios, riachos, mar, noites de luar, vento chuva, cordonizes, pombas, gaivotas e borboletas, davam-me paz. E eu achava que estar sozinho era estar em paz.
Mas é claro eu estava confusa. Aquilo não era paz era sossego.
Um dia olhei nos olhos de uma criança, nos olhos de um casal, nos olhos de um ansião, nos olhos de milhares de jovens e descobri a dor, a tristeza, a esperança e o sonho.
Nunca mais tive sossego. Em compensação nunca mais perdi a paz! É que a paz, para ser paz, precisa de passar pelo outro e não pelas coisas. Agora eu vivo em paz , sei a diferença!


(Pe. zezinho)